sexta-feira, julho 21, 2006

Você já sorriu hoje ?

Você já reparou que existem pessoas eternamente insatisfeitas e mal humoradas? Se estão trabalhando, estão extremamente ocupadas, cansadas, sem tempo para nada. Se não estão trabalhando, estão largadas no marasmo, sem ânimo para nada, com exaqueca e depressão. Parecem aqueles personagens de tira de quadrinhos, os quais a nuvem paira sobre a cabeça todo o tempo. Algumas pessoas distribuem nervosismo e mal estar por onde passam. Se nos fazem uma visita, falam muito de si mesmos, de suas conquistas e reclamam tanto de seus próprios problemas, que nem percebem as conquistas ou problemas alheios. Deixam o ar pesado, o ambiente agitado, o clima angustiante. São pessoas que nos fazem mal.

Por outro lado, existem pessoas que nasceram para o bem. Por onde passam distribuem sorrisos. São almas generosas que querem primeiro saber da sua vida, vibrar com suas conquistas e consolá-lo com seus problemas. Seres iluminados que num simples telefonema já nos transmitem paz e alegria. São pessoas que nos fazem bem.

É fácil identificar em nosso círculo de amigos e conhecidos pessoas que nos fazem bem e pessoas que nos fazem mal. Difícil é nos classificarmos em um dos grupos. Todos queremos ser pessoas que fazem bem às demais. Ninguém é desagradável por vontade própria. Não desejamos só falar de nós mesmos e não dar ouvidos aos outros ou inspirar sentimentos negativos. Desejamos ser pessoas agradáveis a todos.

Então, é necessário refletir quanto ao nosso comportamento. Olhamos nos olhos e sorrimos o suficiente? Será que sabemos dar um telefonema oferecendo ajuda a quem precisa? Estamos disponível para os que precisam nos falar, e, sabemos escutar com interesse, fazendo perguntas pertinenetes e observações relevantes? Enfím, quantos sentimentos positivos espalhamos ao nosso redor é a questão.

Antes que uns e outros atribuam seu comportamento à vida moderna e corrida que levamos, deixe-me fazer algumas considerações. Se acordamos bem dispostos, dando bom dia já dentro de casa. Se quando passamos cumprimentamos o porteiro, sorrimos para o segurança, conversamos com o ascensorista. Toda a energia positiva que distribuimos, volta para nós mesmos. Simples assim como uma teoria de física. Nada se perde, tudo se transforma. Toda energia positiva gerada por você não irá ser desperdiçada. Irá ser transformada em seu próprio benefício. Isto significa que quando você acordar se sentindo mal, todos em sua casa vão querer saber o que houve para poder ajudar. Quando estiver apressada e esquecer de cumprimentar o porteiro, este vai sorrir e comentar que hoje você está atrasada e vai se adiantar para abrir a porta. Significa que se passar direto pelo segurança, esse vai perguntar a você se está tudo em ordem, que o ascensorista do elevador vai respeitar seu silêncio e observar que a vida é assim mesmo, uns dias são mais difíceis que outros. Enfím, se você distribui energia positiva, vai receber energia positiva de volta mesmo quando você estiver num mau momento. Afinal, ninguém está livre de passar numa situação difícil, um momento triste.

Desta vez vou homenagear Paulo Coelho, citando uma frase dele: "O universo todo conspira a nosso favor". Isto significa que a energia positiva não voltará apenas em pequenos gestos, como descritos acima. Esta energia positiva quando distribuída, gera uma "conjunção favorável" para que todos os nossos desejos se realizem, quer seja um emprego, um carro ou uma casa. Sei que parece exagero, mas, comigo sempre funcionou assim. Quanto mais sorrisos distribuo, mais coisas boas me acontecem.

O importante, se você não conseguiu se classificar como gostaria, é ter se dado conta disso. A partir desta premissa fica mais fácil se modificar, tentar liberar a energia positiva, que todos temos disfarçada sob a capa de pessoa atarefada e apressada. Deixe essa enrgia positiva aflorar por todos os seus poros, deixe o ar a sua volta ficar mais leve e o ambiente mais alegre. Sorria mais, discuta menos. Seja alguém melhor e atraia para perto pessoas melhores. O universo irá conspirar a seu favor e realizará seus desejos. Deixe que o destino se encarregue de afastar as pessoas que não te fazem bem. E seja, a cada dia, mais feliz.

segunda-feira, julho 17, 2006

Por traz de um (a) grande homem (mulher) ...

Por traz de um grande homem, sempre há uma grande mulher. Por traz de uma grande mulher, sempre há um grande homem. Enfím, a maior condição para crescermos na vida, não é só estar no lugar certo, na hora certo, é preciso que estejamos com a companhia certa ao nosso lado. A pessoa certa ao nosso lado faz toda a diferença. O verdadeiro companheiro é aquele que sabe a hora de falar e a hora de calar. Que aceita ser o nosso suporte. Que saiba nos aconselhar quando estamos em dúvida. Que nos acolhe nos momentos de angústia e nos dá bronca nos momentos necessários. Não basta que seja apenas marido ou esposa, precisa ser de fato, companheiro ou companheira. Precisa saber falar e, principamente, saber ouvir. Que pense junto para crescer junto.

Infelizmente, acho que a maioria dos namorados não pensa nisto antes de casar. Eles não pensam que irão precisar de um (a) companheiro (a) para o resto da vida. Em geral, preocupam-se com paixão e amor e nem sempre com companheirismo. Muitos me dirão que o companheirismo é intrínseco ao amor. Mentira! O companheirismo é o dom que certas pessoas têm de se entregarem tudo que têm e são para o outro. É o dom de se doar, de abdicar, de acompanhar o outro. Nem todo companheirismo vem atrelado ao amor-paixão, tampouco todo amor-paixão é companheiro. Uma coisa existe sem a outra. Alguns amores sem companheirismo podem durar a vida inteira porém com prejuízos para ambos lados. Alguns companheiros jamais serão amor-paixão mas podem manter uma relação também de vida inteira. Isto não significa, porém, que possa existir companheirismo sem amor. Não falo do amor-paixão, falor do amor solidário. Do amor maior, que existe entre pais e filhos, entre irmãos, familiares, até entre alguns amigos muito especiais. Em suma, para existir companheirismo entre dois seres, precisa existir amor entre eles.

Todo companheirismo gera sacrifício. Para crescer sempre é necessário algum sacrifício. E companheiro que é realmente companheiro, admite abdicar de planos, sonhos, o que for necessário, para que o outro cresça. E , ao crescer, companheiro que é companheiro, não esquece o outro, carrega junto, sempre junto, o outro.

O companheirismo nem sempre é bilateral, existe companheirismo unilateral. Quando apenas um dos dois na relação é companheiro, aceita a condição de dar sem receber. Quando apenas um abdica de todos os seus sonhos em prol do outro, realiza-se através das realizações do outro. Esses são os casos de executivos extremamente bem sucedidos que possuem em casa uma esposa-companheira dedicada somente e tão somente as tarefas do lar. Estas não têm vida própria, vivem para o comforto da marido e dos filhos. Por favor, não quero generalizar. Nem sempre um esposa dona-de-casa é uma companheira sem retorno. Algumas se realizam com estas tarefas, e têm no marido que permite que elas se dediquem à casa e filhos, um companheiro que as apoia e sustenta. Porém, existe uma grande parcela delas que não está realizada, pelo contrário, está extremamente frustada. Mas não ousa sequer falar do assunto porque o marido precisa de uma companheira em casa, para dar-lhe o suporte necessário. Existem ainda, as que apesar de nunca terem pensado em ser donas-de-casa, surpreendem-se realizando-se por completo nesta tarefa, porque criam laços muito fortes de companheirismo com seus maridos. Elas desejam crescer juntos, mesmo se estão sendo sacrificadas. Afinal, não existe crescimento sem algum sacrifício. E este sacríficio é daqueles que sabem ser companheiros no momento certo, na medida certa.

terça-feira, julho 11, 2006

Crescer dói...


Preciso escrever sobre essa dor. Não aquela dor de cabeça para qual buscamos um remédio para alívio. Tampouco aquela dor no corpo provocada por gripes e viroses que nos deixam acamados. Mas aquela dor profunda que não é fisíca. Aquela dor que aperta o peito, que contêm o choro, que fecha os olhos e o sorriso. Que deixa nossa fisionomia tristonha, nosso semblante em agonia. Para essa dor é difícil calmante ou ansiolítico que acerte. Pode nos sedar , nos deixar serenos , por algumas horas, mas volta. A dor volta ainda mais intensa.

É a dor de doença em família, de morte, de tragédias. É a dor que persegue no caminho, no trabalho, em casa. Porque não somos capazes de saná-la. Não temos poder para resolver a origem da dor.É impossível solucionar o cerne da questão. Enquanto isso , a dor se alastra. Toma conta da gente. De nossos pensamentos e emoções. De todo o nosso corpo. Não estamos mais lúcidos para responder em sã consciência , a dor nos possuiu.

Infelizmente, tive a oportunidade de sentir isso. Meu pai doente, psicologicamente abalado, mentalmente pertubado. A sensação de impotência enormesca parece que cria volume em nossa gargante, um bolo que não dá para engolir.As lágrimas que teimam em rolar. É difícil descrever/escrever sobre isso.

Meu único consolo é que tudo passa. Por mais fundo que tenha sido, por mais longe que tenha ido, tudo na vida passa. Vai passando feito susto que se acalma. Vai sobrar um quê de emoção. Pode até ser confundido mas não é . Sobra o gosto ruím de quem viveu momentos tristes mas passa.

Passa deixando na gente cicatrizes eternas. Com certeza não sou mais a mesma pessoa de antes. A dor me endureceu, me amadureceu. Descobri amigos que nem sabia que tinha, valorizei cada pessoa da família, cada colega. Tive que pedir ajuda, buscar consolo, coisas que não estou acostumada à fazer. Tive que encarar de frente meus fantasmas, meu medo maior. Descobri que sou forte apesar de medrosa. Percebi que tenho que estar preparada para me sustentar nas minhas duas pernas. Não posso ser dependente, filha a vida toda. Acho que já está mais que na hora de perceber que já sou mãe e que o papel de dependente não mais me cabe. Preciso ser a filha forte para resolver o que for necessário, a filha inteira para consolar mãe e irmã. Tive que crescer !!! Acho que envelheci , de repente, uma década.

Talvez essa seja a dor maior. Descobrir-se adulta, mãe, não dependente. Descobrir que cresci e não posso mais fugir dos problemas me escondendo atrás dos meus pais. Eles já estão com idade avançada e precisam da minha maturidade para orientá-los. Chega de ser orientada !!! Chegou a hora de pagar tudo que devo à eles, de ser um pouco mãe deles. De ajudá-los. Difícil encarar a realidade de adulta independente e responsável. Crescer dói ...

Vou finalizar com uma frase da minha querida Clarice Lispector, que ilustra bem o momento que estou vivendo.

" Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."

quarta-feira, julho 05, 2006

Quem sou eu

Eis uma questão bastante complexa. Pois sou única e múltiplas. Sou única porque não sou igual à ninguém, tenho meu jeito muito próprio de andar, falar e pensar, tenho personalidade até demais. E sou muitas porque não basta ser mulher, tem que ser esposa, mãe, dona de casa, profissional, judia.
Ser mulher nos dias hoje é uma tarefa árdua. A mulher moderna tem responsabilidades muito definidas e múltiplas. Enquanto a mulher de antigamente só precisava se preocupar com os filhos e a casa, a mulher de hoje emancipou-se. Tem direitos iguais aos homens de trabalhar fora de casa, ser uma profissional bem-sucedida. Porém, os filhos e a casa, ainda são sua exclusiva responsabilidade, apesar dos discursos feministas que os homens precisam ajudar em casa. A mulher apenas ampliou seu leque de atuações. Continua mãe esmerada e dona-de-casa zelosa, apesar de ausente grande parte do tempo, além de profissional de sucesso. Em parte isso não foi uma conquista pois a jornada de trabalhou duplicou porém , por outro lado, a mulher moderna ganhou liberdade de escolha ,tempo para sí mesma, para observações, pensamentos, liberdades antes mais restritas porque sua mente era só para a casa.

Sou esposa, amante e companheira . Desde que aceitamos nos casar , aceitamos a responsabilidade de sermos dois. Aceitamos estarmos presentes na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, em todos os momentos, unidos para superarmos juntos as dificuldades e adversidades. E faço isso com alegria, feliz por ter consituído uma família.

Acima de tudo , sou mãe. E como sou mãe !!! Sou muito mãe, durante todo o tempo, quando estou presente e até quando estou ausente. Sempre estou tentando organizar a rotina dos meus filhos, que eles comam coisas saudáveis, que sejam bem alimentados, que pratiquem esportes, que sejam educados, que tenham bons hábitos de higiene, que durmam bastante, que tomem os remédios, mesmo que eu esteja longe. Não tem um só instante do dia ou da noite que eu não seja mãe. Seja para verificar se o nariz está entupido , se a orelha está limpa, se comeu tudo, se fez o dever-de-casa caprichado, seja para arrumar a mochila da escola, preparar o uniforme do dia seguinte com carinho, preocupada se irá fazer frio ou calor.

Também sou dona-de-casa, apesar de estar fora de casa a maior parte do tempo. Preciso fazer lista de compras e ir ao mercado, verificar se sobrou comida e incrementá-la se não houver outra coisa, atentar se as roupas delicadas estão sendo lavadas na mão, verificar se a roupa da casa está bem passada e guardada no lugar certo. É quase uma gerência geral a responsabilidade de pedir ao porteiro para trocar uma lâmpada, chamar a assistência técnica do aquecedor, chamar uma desentupidora, uma faxineira e o que mais for necessário para o perfeito funcionamento doméstico. É quase um segundo emprego.

Sou também profissinal dedicada. Trabalho com bom-humor e muita disposição. Tento ser atenciosa e fazer o meu melhor. Quero ser competente e crescer sempre. E sei que só depende de mim. E aí, todas as outras Olgas, a mulher moderna, a esposa feliz, a mãe dedicada, a dona-de-casa atarefada, se unem para tornar a Olga profissional múltipla mas completa, multifacetada mas centrada, flexível mas séria, ágil porém eficiente.

Acima e além de tudo , sou judia. Porque, pode ser difícil para os não-judeus entenderem, mas ser judia não é só uma religião. É fazer parte de algo muito maior, a fiolosofia de vida de um povo milenar com cultura e tradição próprias e muito fortes. É sentir o coração cantar quando ouve músicas em hebraico , é entrar na roda e dançar quando se ouve uma "hora" , é respeitar todas as sinagogas apesar das diferenças que as separam, é ler o jornal e a revista da comunidade e sentir-se inserida no contexto. É ser e não apenas ter uma religião.