quinta-feira, setembro 28, 2006

Feliz Ano Novo

Setembro. Rosh Hashaná : Ano Novo Judaico. Muitos cartões, mensagens e votos de um feliz ano novo. Nessas ocasiões todos se desejam paz, amor, prosperidade, isso e aquilo ( "tudo de bom").

Que saibamos lidar com todas as realizações que nossos amigos nos desejaram. Porque ninguém se lembra de desejar calma para saborear esse tudo de bom, se por milagre acontecer. Pois muitas vezes não se está suficiente preparado para viver as realizações tão almejadas.

É época de fazermos uma reflexão e avaliarmos o ciclo finalizado. Verificar se estamos caminhando na direção certa, sem nos distrairmos ou nos desviarmos. Perceber que soubemos contornar os obstáculos , transformando-os em etapas para alcançar nosso objetivo. Que problemas intransponíveis foram superados. Que sobrevivemos à todas as tempestades. Que devemos perdoar para sermos perdoados. Que vale à pena se arrepender dos erros para aprender e não repeti-los. É o momento certo para colocar a vida nos trilhos que traçamos como meta. Somente com muita determinação podemos nos manter no caminho certo para atingir nosso ideal, cumprir nossa missão.

Também é hora de fazermos um balanço dos desejos e planos que queremos realizar neste novo ano. Afinal, todo ano novo traz esperanças de tempos melhores. Na situação atual, escândalos de corrupção às vésperas de eleições no Brasil, cessar- fogo delicado no Oriente Médio, muçulmanos ameaçando até o papa, precisamos refletir sobre a paz e a democracia. Mais que desejá-la, porque ela não está à nossa espera em alguma loja de conveniência, temos que compreender bem suas bases. A tão almejada paz só irá acontecer sobre a base da liberdade e justiça. E não podemos apenas esperar que os governos nos assegurem isto. Temos, cada um de nós, perceber isto, de dentro para fora.

E nos abastecermos de energia para enfrentarmos as coisas ruíns, que ninguém deseja à ninguém, mas inevitavelmente acontecem. E há de se ter muita calma para suportar e superar os momentos desagradáveis. Confiar em Deus e ter fé que tudo se resoverá da melhor maneira possível.

Não esquecer de reservar algum tempo para agradecer. Esses são meus votos de feliz ano novo para todos os meus leitores, tanto judeus como não-judeus.

quinta-feira, setembro 14, 2006

A fé não costuma falhar ...

Outro dia ouvi uma piada interessante: Uma mãe querendo muito ter dinheiro para poder oferecer uma festa no aniversário do seu filho pediu à D's para fazê-la ganhar na loteria. Ela precisava ganhar todo aquele dinheiro para resolver todos os seus problemas financeiros e ainda sobrar para a festa de aniversário. Ao que D's respondeu que gostaria muito de ajudá-la à ganhar na loteria mas para isso, ela tinha que, pelo menos, jogar na loteria.

Geralmente fazemos nossos pedidos à D's tão sem esperanças que ele nos atenda, que não atentamos para os detalhes para a realização de nosso desejo. Isto é um grande erro. Nós conversamos com D's sem fé no diálogo. Pensando tratar-se de um monólogo, só pedimos e não esperamos resposta. Grande erro. Ele não só atende muitos de nossos pedidos como encaminha soluções para nossos problemas.

Você já percebeu que o destino sempre nos manda uma resposta quando estamos na dúvida ? Pode parecer filosofia barata, seção de auto-ajuda mas não, é a mais pura verdade. Sempre que clamamos por ajuda, ela vém. Nós é que, nem sempre, atentamos para perceber a resposta. Nós, muitas vezes, não identificamos a resposta.

Porque na maioria das vezes a resposta vém camuflada. É , a resposta que esperamos para nossos anseios pode vir camuflada de coincidência, até mesmo acaso. De repente, sem percebermos, temos a resposta sob nossos olhos. Podemos confundir com obra do acaso, com coincidência, com o que quer que seja, mas lá está ela.

Enfím, o mais importante é se colocar atento para ouvir/perceber as respostas. Não adianta pedir uma luz e não observá-la quando esta vier. Não adianta clamar por uma palavra e estar surdo quando esta chegar. Não adianta insistir por uma resposta e estar completamente apático quando esta se estabelece.

Temos que estar abertos e atentos para perceber quando o destino estabelece uma comunicação conosco, não importa a via que ele utilize para tal. Não podemos perder a oportunidade de uma comunicação como esta. E estarmos sempre gratos por não estarmos sózinhos, mas sempre acompanhados.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Dança de Cadeiras

Sou uma mulher antiquada. Minha geração pregou a liberdade sexual, o Rock'n Roll, o cigarro, a maconha ... Mas gerou uma adulta ponderada.

Na minha juventude tive a oportunidade de experimentar a liberdade , aprendi a lidar com limites e a falta de deles. Tive uma experiência única para os padrões brasileiros. Vivi sózinha em um país distante com uma lingua diferente durante um ano, aos dezenove aninhos. Já tinha passado no vestibular, cursado um período na faculdade e estava cheia de dúvidas. Fui passar um tempo num Kibutz em Israel, sabendo apenas algumas poucas palavras de hebraico. Foi um período incrível que descobri-me por inteira. Ao ter acesso a uma liberdade total e irrestrita, fui madura e ponderada . Valorizei , já naquela época, a educação tradicional que meus pais me davam. Educação tal que fazia sentir-me tranquila para lidar com tanta liberdade, que me faziam assumir essa responsabilidade sem vacilos. Mesmo longe dos olhos dos meus pais, mantive meus valores. Experimentei o cigarro, a bebida e até a maconha porém, nada disso me encantou. E até hoje, não fumo , não bebo e tampouco uso drogas.

Quanto mais a idade avança percebo que pareço mais com minha mãe. Não tenho medo disso. Percebo que os valores que recebi em minha casa, foram testados, constestados e rechaçados por eu mesma em um tempo perdido entre a adolescência transviada e a juventude rebelde. Porém, quando a idade adulta chega, a maturidade enxerga por outro prisma esses valores, afinal a tarefa de educar nossos próprios filhos se inicia e nosso comportamento mais se aproxima ao de nossos pais do que o nosso próprio em tenra idade. Isto mesmo, não se espantem, pego-me muitas vezes mais parecida com minha mãe do que comigo mesma. Isto tem sentido visto que atualmente até meus pais mudaram e mais se parecem com avós do que com os pais de outrora.

A vida é mesmo uma dança de cadeiras. E a cadeira de adulto tem variações. Desempenhamos diversos personagens e atuamos em diversas novelas. Tem a fase em que somos filhos "aborrecentes", a fase em que somos adultos independentes, a fase em que somos pais e/ou mães, enfím, cada momento é único e nos transforma em um personagem único para lidar com ele.
Enfím, sinto-me antiquada na educação dos meus filhos. Apesar de querer que eles tenham todas as qualidades inerentes ao mundo moderno, como agilidade, flexibilidade, etc, quero que sejam firmes em seus valores morais e éticos, que sejam íntegros, solidários e sensíveis. Sou ainda "careta" no que tange a liberdade, acho que nos dias de hoje liberdade demais assusta, que são necessários limites bem delimitados, mesmo que seja para contestá-los ou infrigí-los.

terça-feira, agosto 08, 2006

O poder dos petro-dólares

Há dias que venho tomando coragem para comentar o que se passa atualmente no Oriente Médio, mas, cada vez que penso em escrever acontece outra tragédia, e a sensação que a paz se distancia me deixa prostada.

É claro que uma guerra nunca é justa ou justificável. Sempre seria melhor que todos existissemos, co-existissemos , enfím, vivessemos em paz. Então, não estou aquí para defender apenas um lado, estou aquí para mostrar que existem dois lados. Porque os meios de comunicação só estão mostrando um lado, estão parciais, desenhando Israel como um monstro que mata criancinhas.
A guerra não começou porque foram sequestrados só dois soldados israelenses. Ou ninguém mais se lembra dos homens-bomba, dos ônibus lotados de inocentes, inclusive crianças, que foram explodidos ??? E, as pizzarias, lotadas de civis , inclusive uma brasileira ??? Então, a gota d'água pode ter sido o sequestro dos soldados, mas há muito tempo os terroristas provocam, sem nenhuma reação de Israel.
Quando a guerra foi deflagrada, com ataques e bombas pelos dois lados, os civis de ambos lados precisavam fugir e/ou se esconder. Porém, enquanto os civis israelenses se escondem no subterrâneo, quem está nos subterrâneos do Líbano é o Hezbollah. Enquanto a população civil do norte de israel se desloca para o sul do país, a população civil do sul do Líbano apoia o Hezbollah e acredita ser uma honra morrer na "guerra santa" contra Israel e tornar-se mártir, tornando-se verdadeiros escudos humanos. Alguns alegam que Israel tem dinheiro para construir bunkers e proteger sua população civil. E, por acaso, os terroristas são pobres ??? São financiados por petro-dólares, que compram armamentos de alta tecnologia. Estes mesmos petro-dólares deviam proteger a população civil. Porém, a diferença esta na mentalidade. Enquanto Israel dá valor a vida e protege seu povo, o Hezbollah ensina as crianças desde pequenas a lutar e morrer pela causa.
Sou brasileira e dou valor a vida. Entristeço-me quando morrem no Líbano, mas, também me entristeço quando morrem em Israel. Ou vocês não sabiam que também estão morrendo em Israel ??? Também está havendo destruição em Israel, ou vocês acham que as bombas libanesas deixam algo à dever as israelenses ??? Os militantes do Hezbollah estão muito bem equipados e, se o Líbano, não os expulsa de seu país é porque concorda com tudo que está acontecendo. Ambos lados estão perdendo gente e infra-estrutura. O prejuízo é bilateral. Se alguns alegam que os EUA ajudam Israel, quantos são os países árabes, milionários com seus petro-dólares, que ajudam ao Hezbollah ??? Ninguém está em desvantagem nesta guerra.
Aliás, só há desvantagem de Israel porque a opinião pública está sendo manipulada contra Israel, à favor do anti-semitismo. Opinião pública não ganha guerra, mas amplia seus efeitos colaterais. E, por causa desta manipulação da verdade, é que terroristas estão atacando sedes de instituições judaicas em Seatle e aquí no Brasil, em Campinas, e ninguém está fazendo nada.

Enquanto houver terroristas não haverá paz. Enquanto os petro-dólares dos árabes financiarem as causas terroristas não haverá paz. Os terroristas não são libaneses, nem brasileiros, eles são cidadões mundiais e espalham o terror por onde passam. Eles não tem medo de morrer ou matar, porque não dão valor a vida, mas a causa nobre pela qual lutam: destruir Israel e os judeus. Ou vocês não concordam que para acontecer o que houve nas torres gêmeas dos EUA em 11 de setembro, precisava de muito dinheiro ??? Eles são milionários, só não construem bunkers para os civis porque preferem proteger os armamentos e os militares do que as criancinhas...

Muito dinheiro é necessário para o treinamento e armamento dos grupos terroristas. Dinheiro que poderia estar sendo usado para diminuir a miséria no mundo, para o desenvolvimento de cura de doenças, para o avanço tecnológico, até para o desenvolvimento dos próprios países árabes ou para muitas causas nobres. Porém, eles não dão valor a vida ...
Sou brasileira e dou valor a vida. Entristeço-me quando vejo o anti-semitismo se aproveitar deste conflito para atacar instituições judaicas mundo afora. E, mais uma vez, o mundo não quer ver a verdade. Ou será que os petro-dólares falam mais alto ???

terça-feira, agosto 01, 2006

Ser mãe é padecer no paraiso ...


Volta às aulas. Após curto período de férias, hoje a maioria das crianças do país retorna à escola. Primeiro dia, trânsito tumultuado, carros em fila dupla nas portas das escolas, algazarra estudantil nos pátios. Crianças pequenas choram precisando de uma breve readaptação, crianças maiores estão ansiosas para falar da viagem e mostrar o novo celular. Mães preocupadas em dar todas as recomendações, em avisar a van onde precisam deixar as crianças na saída.

Ser mãe é ter sempre uma resposta na ponta da lingua para as inúmeras perguntas. É castigar com vontade de chorar. É levantar a mão e bater no ar, sem coragem de encostar naquela pele tão fininha. É ficar irritada com a mal-criação e fazer mil ameaças, sem cumprir nenhuma. É quebrar a cabeça para educar. Porque não existe manual para se aprender a ser mãe, aprendemos no dia-a-dia. Mas temos tantas dúvidas... Por isso o desmedido sucesso do programa SuperNanny, onde uma babá vém para uma família durante uma semana , para ensinar como lidar com as crianças.

Ser mãe é jogar dominó quando chega do trabalho. É separar o uniforme do dia seguinte sobre a cadeira. É ler a agenda, limpar o estojo da escova de dentes, apontar os lápis do estojo e preparar a mochila para o dia seguinte. É acordar mais cedo para ter tempo de ajudar suas crianças à escovarem os dentes, lavarem o rosto e se vestirem. É preparar o café para os filhos. É penteá-los com gosto e passar perfume.

Ser mãe é estar no trabalho preocupada se a van está levando sua criança para o local certo, porque tem o dia que vão para casa, o dia que vão para o clube e o dia que vão para a casa da avó. A maioria das crianças , após a longa jornada escolar, ainda enfrenta a jornada esportiva no clube: ballet, karatê, futebol, natação. Preenche-se a agenda das crianças, com a ilusão de que estão recebendo a melhor educação possível. E, por outro lado, tranquiliza-se a mãe, que trabalha fora, sabendo que a criança não está abandonada em frente a televisão.

Ser mãe é trabalhar pensando nos filhos. É telefonar para o celular para saber se já chegaram ao clube e se já estão fazendo as atividades esportivas. É telefonar para casa para saber se chegaram bem em casa, se comeram e o que comeram. É se assustar quando o celular toca durante o dia. É temer que os filhos fiquem resfriados ou tenham dor de barriga. É sair do trabalho correndo, direto para casa, ansiosa por reencontrá-los.

Ser mãe é ... muito difícil. É um turbilhão de sentimentos no coração. Milhões de dúvidas que povoam nossa cabeça em como educar da forma correta. Como ensinar sem pertubar. Como castigar sem traumatizar. É querer dar tudo sem mimar. É querer poder oferecer tudo de bom e de melhor. É ter os filhos como prioridade na vida.

Mas ser mãe também é encontrar beijos e abraços em casa na volta do trabalho. É ouvir com atenção as novidades do dia mesmo faminta e cansada. É se emocionar com as pérolas que só as crianças sabem dizer, com o sorriso sapeca, com a travessura . É gratificante.
Ser mãe, enfím, é padecer no paraíso !





sexta-feira, julho 21, 2006

Você já sorriu hoje ?

Você já reparou que existem pessoas eternamente insatisfeitas e mal humoradas? Se estão trabalhando, estão extremamente ocupadas, cansadas, sem tempo para nada. Se não estão trabalhando, estão largadas no marasmo, sem ânimo para nada, com exaqueca e depressão. Parecem aqueles personagens de tira de quadrinhos, os quais a nuvem paira sobre a cabeça todo o tempo. Algumas pessoas distribuem nervosismo e mal estar por onde passam. Se nos fazem uma visita, falam muito de si mesmos, de suas conquistas e reclamam tanto de seus próprios problemas, que nem percebem as conquistas ou problemas alheios. Deixam o ar pesado, o ambiente agitado, o clima angustiante. São pessoas que nos fazem mal.

Por outro lado, existem pessoas que nasceram para o bem. Por onde passam distribuem sorrisos. São almas generosas que querem primeiro saber da sua vida, vibrar com suas conquistas e consolá-lo com seus problemas. Seres iluminados que num simples telefonema já nos transmitem paz e alegria. São pessoas que nos fazem bem.

É fácil identificar em nosso círculo de amigos e conhecidos pessoas que nos fazem bem e pessoas que nos fazem mal. Difícil é nos classificarmos em um dos grupos. Todos queremos ser pessoas que fazem bem às demais. Ninguém é desagradável por vontade própria. Não desejamos só falar de nós mesmos e não dar ouvidos aos outros ou inspirar sentimentos negativos. Desejamos ser pessoas agradáveis a todos.

Então, é necessário refletir quanto ao nosso comportamento. Olhamos nos olhos e sorrimos o suficiente? Será que sabemos dar um telefonema oferecendo ajuda a quem precisa? Estamos disponível para os que precisam nos falar, e, sabemos escutar com interesse, fazendo perguntas pertinenetes e observações relevantes? Enfím, quantos sentimentos positivos espalhamos ao nosso redor é a questão.

Antes que uns e outros atribuam seu comportamento à vida moderna e corrida que levamos, deixe-me fazer algumas considerações. Se acordamos bem dispostos, dando bom dia já dentro de casa. Se quando passamos cumprimentamos o porteiro, sorrimos para o segurança, conversamos com o ascensorista. Toda a energia positiva que distribuimos, volta para nós mesmos. Simples assim como uma teoria de física. Nada se perde, tudo se transforma. Toda energia positiva gerada por você não irá ser desperdiçada. Irá ser transformada em seu próprio benefício. Isto significa que quando você acordar se sentindo mal, todos em sua casa vão querer saber o que houve para poder ajudar. Quando estiver apressada e esquecer de cumprimentar o porteiro, este vai sorrir e comentar que hoje você está atrasada e vai se adiantar para abrir a porta. Significa que se passar direto pelo segurança, esse vai perguntar a você se está tudo em ordem, que o ascensorista do elevador vai respeitar seu silêncio e observar que a vida é assim mesmo, uns dias são mais difíceis que outros. Enfím, se você distribui energia positiva, vai receber energia positiva de volta mesmo quando você estiver num mau momento. Afinal, ninguém está livre de passar numa situação difícil, um momento triste.

Desta vez vou homenagear Paulo Coelho, citando uma frase dele: "O universo todo conspira a nosso favor". Isto significa que a energia positiva não voltará apenas em pequenos gestos, como descritos acima. Esta energia positiva quando distribuída, gera uma "conjunção favorável" para que todos os nossos desejos se realizem, quer seja um emprego, um carro ou uma casa. Sei que parece exagero, mas, comigo sempre funcionou assim. Quanto mais sorrisos distribuo, mais coisas boas me acontecem.

O importante, se você não conseguiu se classificar como gostaria, é ter se dado conta disso. A partir desta premissa fica mais fácil se modificar, tentar liberar a energia positiva, que todos temos disfarçada sob a capa de pessoa atarefada e apressada. Deixe essa enrgia positiva aflorar por todos os seus poros, deixe o ar a sua volta ficar mais leve e o ambiente mais alegre. Sorria mais, discuta menos. Seja alguém melhor e atraia para perto pessoas melhores. O universo irá conspirar a seu favor e realizará seus desejos. Deixe que o destino se encarregue de afastar as pessoas que não te fazem bem. E seja, a cada dia, mais feliz.

segunda-feira, julho 17, 2006

Por traz de um (a) grande homem (mulher) ...

Por traz de um grande homem, sempre há uma grande mulher. Por traz de uma grande mulher, sempre há um grande homem. Enfím, a maior condição para crescermos na vida, não é só estar no lugar certo, na hora certo, é preciso que estejamos com a companhia certa ao nosso lado. A pessoa certa ao nosso lado faz toda a diferença. O verdadeiro companheiro é aquele que sabe a hora de falar e a hora de calar. Que aceita ser o nosso suporte. Que saiba nos aconselhar quando estamos em dúvida. Que nos acolhe nos momentos de angústia e nos dá bronca nos momentos necessários. Não basta que seja apenas marido ou esposa, precisa ser de fato, companheiro ou companheira. Precisa saber falar e, principamente, saber ouvir. Que pense junto para crescer junto.

Infelizmente, acho que a maioria dos namorados não pensa nisto antes de casar. Eles não pensam que irão precisar de um (a) companheiro (a) para o resto da vida. Em geral, preocupam-se com paixão e amor e nem sempre com companheirismo. Muitos me dirão que o companheirismo é intrínseco ao amor. Mentira! O companheirismo é o dom que certas pessoas têm de se entregarem tudo que têm e são para o outro. É o dom de se doar, de abdicar, de acompanhar o outro. Nem todo companheirismo vem atrelado ao amor-paixão, tampouco todo amor-paixão é companheiro. Uma coisa existe sem a outra. Alguns amores sem companheirismo podem durar a vida inteira porém com prejuízos para ambos lados. Alguns companheiros jamais serão amor-paixão mas podem manter uma relação também de vida inteira. Isto não significa, porém, que possa existir companheirismo sem amor. Não falo do amor-paixão, falor do amor solidário. Do amor maior, que existe entre pais e filhos, entre irmãos, familiares, até entre alguns amigos muito especiais. Em suma, para existir companheirismo entre dois seres, precisa existir amor entre eles.

Todo companheirismo gera sacrifício. Para crescer sempre é necessário algum sacrifício. E companheiro que é realmente companheiro, admite abdicar de planos, sonhos, o que for necessário, para que o outro cresça. E , ao crescer, companheiro que é companheiro, não esquece o outro, carrega junto, sempre junto, o outro.

O companheirismo nem sempre é bilateral, existe companheirismo unilateral. Quando apenas um dos dois na relação é companheiro, aceita a condição de dar sem receber. Quando apenas um abdica de todos os seus sonhos em prol do outro, realiza-se através das realizações do outro. Esses são os casos de executivos extremamente bem sucedidos que possuem em casa uma esposa-companheira dedicada somente e tão somente as tarefas do lar. Estas não têm vida própria, vivem para o comforto da marido e dos filhos. Por favor, não quero generalizar. Nem sempre um esposa dona-de-casa é uma companheira sem retorno. Algumas se realizam com estas tarefas, e têm no marido que permite que elas se dediquem à casa e filhos, um companheiro que as apoia e sustenta. Porém, existe uma grande parcela delas que não está realizada, pelo contrário, está extremamente frustada. Mas não ousa sequer falar do assunto porque o marido precisa de uma companheira em casa, para dar-lhe o suporte necessário. Existem ainda, as que apesar de nunca terem pensado em ser donas-de-casa, surpreendem-se realizando-se por completo nesta tarefa, porque criam laços muito fortes de companheirismo com seus maridos. Elas desejam crescer juntos, mesmo se estão sendo sacrificadas. Afinal, não existe crescimento sem algum sacrifício. E este sacríficio é daqueles que sabem ser companheiros no momento certo, na medida certa.

terça-feira, julho 11, 2006

Crescer dói...


Preciso escrever sobre essa dor. Não aquela dor de cabeça para qual buscamos um remédio para alívio. Tampouco aquela dor no corpo provocada por gripes e viroses que nos deixam acamados. Mas aquela dor profunda que não é fisíca. Aquela dor que aperta o peito, que contêm o choro, que fecha os olhos e o sorriso. Que deixa nossa fisionomia tristonha, nosso semblante em agonia. Para essa dor é difícil calmante ou ansiolítico que acerte. Pode nos sedar , nos deixar serenos , por algumas horas, mas volta. A dor volta ainda mais intensa.

É a dor de doença em família, de morte, de tragédias. É a dor que persegue no caminho, no trabalho, em casa. Porque não somos capazes de saná-la. Não temos poder para resolver a origem da dor.É impossível solucionar o cerne da questão. Enquanto isso , a dor se alastra. Toma conta da gente. De nossos pensamentos e emoções. De todo o nosso corpo. Não estamos mais lúcidos para responder em sã consciência , a dor nos possuiu.

Infelizmente, tive a oportunidade de sentir isso. Meu pai doente, psicologicamente abalado, mentalmente pertubado. A sensação de impotência enormesca parece que cria volume em nossa gargante, um bolo que não dá para engolir.As lágrimas que teimam em rolar. É difícil descrever/escrever sobre isso.

Meu único consolo é que tudo passa. Por mais fundo que tenha sido, por mais longe que tenha ido, tudo na vida passa. Vai passando feito susto que se acalma. Vai sobrar um quê de emoção. Pode até ser confundido mas não é . Sobra o gosto ruím de quem viveu momentos tristes mas passa.

Passa deixando na gente cicatrizes eternas. Com certeza não sou mais a mesma pessoa de antes. A dor me endureceu, me amadureceu. Descobri amigos que nem sabia que tinha, valorizei cada pessoa da família, cada colega. Tive que pedir ajuda, buscar consolo, coisas que não estou acostumada à fazer. Tive que encarar de frente meus fantasmas, meu medo maior. Descobri que sou forte apesar de medrosa. Percebi que tenho que estar preparada para me sustentar nas minhas duas pernas. Não posso ser dependente, filha a vida toda. Acho que já está mais que na hora de perceber que já sou mãe e que o papel de dependente não mais me cabe. Preciso ser a filha forte para resolver o que for necessário, a filha inteira para consolar mãe e irmã. Tive que crescer !!! Acho que envelheci , de repente, uma década.

Talvez essa seja a dor maior. Descobrir-se adulta, mãe, não dependente. Descobrir que cresci e não posso mais fugir dos problemas me escondendo atrás dos meus pais. Eles já estão com idade avançada e precisam da minha maturidade para orientá-los. Chega de ser orientada !!! Chegou a hora de pagar tudo que devo à eles, de ser um pouco mãe deles. De ajudá-los. Difícil encarar a realidade de adulta independente e responsável. Crescer dói ...

Vou finalizar com uma frase da minha querida Clarice Lispector, que ilustra bem o momento que estou vivendo.

" Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."

quarta-feira, julho 05, 2006

Quem sou eu

Eis uma questão bastante complexa. Pois sou única e múltiplas. Sou única porque não sou igual à ninguém, tenho meu jeito muito próprio de andar, falar e pensar, tenho personalidade até demais. E sou muitas porque não basta ser mulher, tem que ser esposa, mãe, dona de casa, profissional, judia.
Ser mulher nos dias hoje é uma tarefa árdua. A mulher moderna tem responsabilidades muito definidas e múltiplas. Enquanto a mulher de antigamente só precisava se preocupar com os filhos e a casa, a mulher de hoje emancipou-se. Tem direitos iguais aos homens de trabalhar fora de casa, ser uma profissional bem-sucedida. Porém, os filhos e a casa, ainda são sua exclusiva responsabilidade, apesar dos discursos feministas que os homens precisam ajudar em casa. A mulher apenas ampliou seu leque de atuações. Continua mãe esmerada e dona-de-casa zelosa, apesar de ausente grande parte do tempo, além de profissional de sucesso. Em parte isso não foi uma conquista pois a jornada de trabalhou duplicou porém , por outro lado, a mulher moderna ganhou liberdade de escolha ,tempo para sí mesma, para observações, pensamentos, liberdades antes mais restritas porque sua mente era só para a casa.

Sou esposa, amante e companheira . Desde que aceitamos nos casar , aceitamos a responsabilidade de sermos dois. Aceitamos estarmos presentes na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, em todos os momentos, unidos para superarmos juntos as dificuldades e adversidades. E faço isso com alegria, feliz por ter consituído uma família.

Acima de tudo , sou mãe. E como sou mãe !!! Sou muito mãe, durante todo o tempo, quando estou presente e até quando estou ausente. Sempre estou tentando organizar a rotina dos meus filhos, que eles comam coisas saudáveis, que sejam bem alimentados, que pratiquem esportes, que sejam educados, que tenham bons hábitos de higiene, que durmam bastante, que tomem os remédios, mesmo que eu esteja longe. Não tem um só instante do dia ou da noite que eu não seja mãe. Seja para verificar se o nariz está entupido , se a orelha está limpa, se comeu tudo, se fez o dever-de-casa caprichado, seja para arrumar a mochila da escola, preparar o uniforme do dia seguinte com carinho, preocupada se irá fazer frio ou calor.

Também sou dona-de-casa, apesar de estar fora de casa a maior parte do tempo. Preciso fazer lista de compras e ir ao mercado, verificar se sobrou comida e incrementá-la se não houver outra coisa, atentar se as roupas delicadas estão sendo lavadas na mão, verificar se a roupa da casa está bem passada e guardada no lugar certo. É quase uma gerência geral a responsabilidade de pedir ao porteiro para trocar uma lâmpada, chamar a assistência técnica do aquecedor, chamar uma desentupidora, uma faxineira e o que mais for necessário para o perfeito funcionamento doméstico. É quase um segundo emprego.

Sou também profissinal dedicada. Trabalho com bom-humor e muita disposição. Tento ser atenciosa e fazer o meu melhor. Quero ser competente e crescer sempre. E sei que só depende de mim. E aí, todas as outras Olgas, a mulher moderna, a esposa feliz, a mãe dedicada, a dona-de-casa atarefada, se unem para tornar a Olga profissional múltipla mas completa, multifacetada mas centrada, flexível mas séria, ágil porém eficiente.

Acima e além de tudo , sou judia. Porque, pode ser difícil para os não-judeus entenderem, mas ser judia não é só uma religião. É fazer parte de algo muito maior, a fiolosofia de vida de um povo milenar com cultura e tradição próprias e muito fortes. É sentir o coração cantar quando ouve músicas em hebraico , é entrar na roda e dançar quando se ouve uma "hora" , é respeitar todas as sinagogas apesar das diferenças que as separam, é ler o jornal e a revista da comunidade e sentir-se inserida no contexto. É ser e não apenas ter uma religião.

sexta-feira, junho 30, 2006

Ócio Criativo ?!?!?

Ócio criativo?!?!?! Não acredito nisso. O ócio é inócuo para mim. Só trabalhando, mental e fisicamente, produzo e crio. O ócio me deixa estagnada, me limita e me consome.
Pode parecer maluquice, mas a gente tem mais tempo quando está mais ocupada, com menos tempo disponível. Deixe-me explicar, quando temos todo o tempo do mundo para executar uma tarefa, nós a postergamos com mais facilidade. Pois temos tempo para realizá-la a qualquer momento. Já quando o tempo nos é precioso, não adiamos nada. Tudo é para ontem e toda a tarefa será feita em nosso curto tempo disponível. Pois aí, e só neste momento, aprendemos a não desperdiçar nosso tempo. Pode parecer loucura, porém, desde que o mundo é mundo só se valoriza o que é escasso. E o tempo não foge a regra. Quando valorizado, é organizado, e até pode sobrar porque jamais é desperdiçado. Já quando o tempo é abundante, falta tempo para tudo.
Enfím, quando nosso tempo é escasso ainda temos outro benefício: sua riqueza. Isto é, quando nosso tempo é escasso significa que estamos muito ocupados grande parte dele. E, quando estamos ocupados, aumentamos as chances de lugares e situações de observação. Aproveitamos a garagem, o trânsito, o elevador, todo espaço e toda experiência é digna de uma observação. Consequentemente, multiplicamos a qualidade desse tempo. Pois este se torna rico de novidades. Análogamente quando temos muito tempo disponível nossa observação é limitada. Apesar da liberdade para buscar lugares e situações diferentes e interessantes, nos acomodamos a lugares e situações velhas e repetitivas. E a mesmice atrofia a mente, dificilmente gera este impulso criativo. O que muitos chamam de inspiração para escrever.
Perdi todo esse tempo em explicações para chegar a algo simples: sempre senti necessidade de escrever, porém não conseguia enquanto tinha muito tempo disponível. Agora, que estou trabalhando com horários rígidos, parece que meu pouco tempo ocioso, se multiplica e me sobra tempo para escrever essa mal-traçadas linhas.
Não se assustem, só consigo começar a escrever após muito trabalho. Como diz Clarice Lispector: "...Só consigo atingir a simplicidade após muito trabalho..." Parece que preciso justificar tal ato, ou a sua demora, devo muitas explicações ao meu leitor. Chega de "lero-lero", inacreditável quando tempo já perdi me introduzindo aos meus leitores. Mas será que, de fato, foi um tempo perdido? Estou discorrendo sobre nosso tempo disponível, como a escassez leva ao exesso de variedade, riqueza de observação e como isto nos torna mais criativos. E talvez, essa seja a grande observação do momento. Quando nosso tempo ocioso é grande, o deperdiçamos com pequenas e árduas tarefas repetitivas e nos esquecemos de observar ou, até de viver. Porque, será que existe vida sem observação?
Vou terminar esta longa introdução (delírio atrás de resposta a não sei que pergunta) com uma homenagem à uma das minhas escritoras prediletas: Clarice Lispector. Aliás, minha relação com Clarice é estranha e linda. Preciso contar a vocês. Identifico-me com sua forma de escrever. Um dia entrei num livraria, lugar que adoro passar meu tempo, e um dos livros que abri continha frases tão diferentes que fiquei lendo surpresa e encantada, presa, ali mesmo. Emocionada eu pensava que as frases pareciam ter sido escritas por mim, se tivesse talento para exprimir meus sentimentos mais profundos. Nome do livro: A Hora da Estrela, autora: Clarice Lispector. Desde então, virei sua fã e admiradora. Assim, deixo para vocês uma frase dela bastante inspiradora:

"Escrever é procurar entender,
é procurar reproduzir o irreproduzível,
é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."

quinta-feira, junho 29, 2006

Introdução

Desde pequena queria ser escritora. Na ocasião da escolha das profissões, perguntei ao professor se deveria estudar jornalismo para ser escritora. Ao que ele me respondeu que para ser escritora tinha que ter dom e talento, não importava o que eu estudasse. Qualquer estudo serviria de tema para que eu escrevesse, se tivesse o dom.
Formei-me economista, mas nenhuma teoria me inspirou a escrever um tratado ou mesmo uma dissertação sobre o assunto. O tempo passou. Trabalhei em muitos lugares, mas sempre segui escrevendo. Não sobre economia, sobre o cotidiano. Qualquer momento ocioso era pretexto para uma nova crônica sobre o cotidiano. Enchi um gordo caderno com minhas Notas Cotidianas. Escrevia sobre tudo que observava. Há muitos anos alimento o sonho de algum dia lançar um livro.
Enquanto isso não acontece e eu não me torno uma escritora de verdade, compartilho minhas Notas Cotidianas com todos que se interessem em ler minhas crônicas. Muitas delas são ternas, outras são pura revolta. Certas crônicas parecem contos de amor enquanto outras são manifestações raivosas. Vou deixar que os leitores julguem e vou me sentir uma quase-escritora. Afinal, quem tem leitores é escritora, não?
Por favor leiam, critiquem, comentem, reclamem, julguem... Enfím, fiquem a vontade pois quem escreve para o público precisa estar aberto ao retorno. E eu estou! Quero aprender muito com esta nova experiência!